sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Certas Coisas

Composição: Lulu Santos / Nelson Motta

Não existiria som
Se não houvesse o silêncio
Não haveria luz
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz.
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...

A vida é mesmo assim,
Dia e noite, não e sim...

Cada voz que canta o amor não diz
Tudo o que quer dizer,
Tudo o que cala fala
Mais alto ao coração.
Silenciosamente eu te falo com paixão...

Eu te amo calado,
Como quem ouve uma sinfonia
De silêncios e de luz,
Nós somos medo e desejo,
Somos feitos de silêncio e som,
Tem certas coisas que eu não sei dizer...


http://www.youtube.com/watch?v=V1UiIyLfyYk



Não posso dizer....

Gostaria de gritar. Mas, não adiantaria. Meu grito ninguém (do meu interesse) ouviria. Então, melhor é ser sutil.
Pior do que amar e não ser correspondido é amar e ser correspondido sem poder viver o que se sente. Existem diversos motivos que levam corações mutuamente apaixonados a ficarem distantes. Independente das circunstâncias, isso dói.

Às vezes, expressar o sentimento é uma das formas de amenizar a saudade. Ou, assumindo atitudes no cotidiano ligadas a quem não podemos ter, melhora um pouco a ausência, mas é ausência. É saudade. Sempre.

E as músicas, e as poesias que ouvimos? Têm tudo a ver com a nossa história de amor. Mas nenhuma delas nos completa, nem nos eterniza na solidão tão . Faltará a nós dois, com certeza, aquele pedaço de céu – dele e meu.

Os amores secretos nos deliciam. Empolgam. São capazes de fazer perdemos o juízo, a razão e o senso do perigo. No entanto, são estes amores os mais doídos na vivência, pois eles não nos permitem sermos nós próprios, justo nas horas desejadas. E ainda que usando de toda a discrição e sutileza, resta-nos o pior de tudo, a privação.

Ah, não escolhemos o amor. Ele é quem nos escolhe. E enquanto não pudermos tê-lo do jeito desejado, teremos da forma que nos é permitido. Amando calado, com as lembranças em todos os nossos pensamentos.